Consumidores e marcas do Brasil e do mundo já aderiram ao novo modelo

Os ideais de sustentabilidade vêm influenciando cada vez mais o comportamento das pessoas, mudando costumes arraigados, e a moda vem acompanhando essa tendência. O consumo consciente cria novos hábitos de compra e consumidores mais antenados com a origem dos produtos que consomem. Está aumentando a procura por marcas que trazem a ‘ecoconsciência’ no DNA.

E é surfando nessa onda que surge o upcycling, opção de reutilização criativa que transforma subprodutos antes inutilizados – ou peças de menor valor agregado -, em novos produtos de qualidade.

Diversas marcas no Brasil e no mundo já aderiram ao upcycling. Desde a Alta Costura – a grife holandesa Viktor & Rolf reutiliza retalhos de tecidos antigos para criar vestidos de luxo -; até marcas de fast fashion, como a Renner, que lançou uma linha de biquínis feita com resíduos de têxteis em sua coleção atual de verão.

“É uma grande oportunidade para as empresas que têm estoque de tecido encalhado ou até mesmo peças de coleções passadas, que podem ser transformadas em novas roupas. Além de fazer girar a produção, soluciona um dos grandes problemas da indústria têxtil, que é o descarte de resíduos”, afirma Amanda Vasconcelos, professora do SENAI CETIQT, maior centro latino-americano de produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil e de confecção e da área Química.

“O upcycling não deixa de ser a famosa customização já bastante disseminada. A diferença é que o upcycling tem atrelado o conceito da sustentabilidade, com o objetivo de desenvolver projetos ‘ecoconscientes’, que aumentam o ciclo de vida das roupas, evitando, assim, que mais lixo têxtil seja despejado na natureza”, explica.

A professora do CETIQT destaca ainda que o upcycling é uma forma criativa de renovar peças. É um novo nicho, cheio de desafios, para os designers de moda, que têm que criar as vestimentas com base no material que possui disponível.

“Algumas empresas conseguem até mesmo produzir coleções em larga escala somente com resíduos, mesmo com pequenas diferenças entre uma peça e outra. A grande maioria das marcas, no entanto, produz peças únicas, mais autorais, e com alto valor agregado por serem peças exclusivas”, pontua Vasconcelos.

O ucycling também é bem-vindo entre os consumidores. É possível executar a técnica em casa mesmo. Sabe aquela peça do guarda-roupa que já não cabe mais ou está com um defeitinho aqui ou ali? Que tal transformá-la em uma nova roupa ou até mesmo em outro objeto de desejo? O desafio da professora Amanda aguça a criatividade os alunos do SENAI CETIQT.

“Desenvolvemos diversos projetos nos quais os estudantes trazem peças de casa e, a partir de uma camisa social masculina, por exemplo, criamos uma saia ou um vestido; ou pegamos uma peça de adulto para transformar em roupas infantis; ou ainda, desmanchando várias peças, é possível combiná-las, agregando elementos que sejam tendência na moda atual, dando à roupa até mais referência de moda do que ela tinha antes”, conclui.

Fonte: O Povo

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