A partir dos próximos meses, o Governo Estadual, vai retirar águas do rio Cocó para reduzir impactos da seca no abastecimento de Fortaleza.
A informação foi confirmada nesse sábado, 20, pelo secretário de Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, e está incluída entre ações que buscam diversificar fontes locais e evitar o colapso de água na Capital.
De acordo com Teixeira, as águas serão captadas a partir da vazão do Cocó na barragem construída ano passado no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza. A ideia, segundo o secretário, é usar uma vazão de até 300 litros por segundo durante os meses de maiores índices de precipitações.
“A Cagece está desenvolvendo um projeto para criar uma estrutura para a gente poder usar [essa água], nem que seja somente em alguns meses do ano”, afirma Teixeira.
A barragem, construída com justificativa oficial de evitar alagamentos em comunidades ribeirinhas da região, tem capacidade de 6,4 milhões de metros cúbicos. “É pouca água, mas qualquer 200 litros [por segundo] que a gente tire, em algum período, já ajuda Fortaleza em um cenário de crise. Vai se somando às outras ações planejadas, o que diminui o risco”, conta.
Hoje, atividade semelhante já acontece no rio Maranguapinho, que tem parte das águas de cheia retirada para abastecer a população de Maranguape e o distrito industrial de Maracanaú. “A ideia agora é ampliar as ações de dessalinização, de reuso de água, concluir a transposição do São Francisco e buscar a diversificação das fontes locais”, ressalta Teixeira.
“A gente sempre trabalha com risco. Foi risco em 2015, foi risco em 2016, em 2017 e agora em 2018 também. É natural. O que a gente procura é instrumentos para reduzir o risco o máximo possível”, explana. “É pouca água, mas qualquer 200 litros [por segundo] que a gente tire, em algum período, já ajuda”, completa.
Neste fim de semana, Teixeira esteve reunido com o governador Camilo Santana (PT) e demais secretários estaduais para reuniões de Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (Mapp). No encontro, gestores do Estado apresentaram prognósticos de recursos hídricos do Estado e estratégias para ligar com a seca prolongada.
Conforme ele, cobrança maior do governador veio para que a SRH e a Cagece acelerem a elaboração da planta de dessalinização da água marinha para a Região Metropolitana da Capital.
“Nós dividimos as ações em que a gente trabalha entre as de contingência, mais emergenciais, as mais estruturantes, de médio e longo prazo, e até um planejamento futuro, inclusive já pensando no plano Ceará 2050. O governador está muito tranquilo em acelerar algumas ações que podem ser concluídas no atual governo, e detectando uma ou outra mudança de rumo”.
Ele aproveita, no entanto, para “alfinetar” ritmo de obras da transposição do São Francisco, tocadas pela União no Ceará. “Foge da nossa governança o controle da obra de transposição, mas o governador acompanha e se reúne periodicamente com o ministro.
Infelizmente a gente não pode obrigar a construtora, o Ministério, a terminar no prazo que queremos”.