O cantor e ex-deputado convocou greve de caminhoneiros contra o STF para setembro e foi criticado e desautorizado por lideranças

O cantor sertanejo e ex-deputado Sérgio Reis vai responder a inquérito policial por pelo menos três crimes, incluindo ameaça, após áudio onde ele convoca greve de caminhoneiros e incita ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Investigação será aberta pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

De acordo com o portal Congresso Em Foco, a informação foi confirmada pelo delegado Leonardo de Castro, da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor).

“Ele será investigado pelos crimes de ameaça (art. 147 do CP),  dano (art. 163 do CP) e atentado contra a segurança de meio de transporte (art. 262 do CP)”, explicou Castro. 

Conforme o delegado, o objetivo do inquérito é “investigar suposta associação criminosa voltada para a prática de alguns crimes”. O artista de 81 anos deve ser convocado para prestar depoimento. 

SÉRGIO REIS ESTÁ DEPRESSIVO, DIZ ESPOSA 

Após o vazamento do áudio, Sérgio Reis está “triste e depressivo”, segundo conta a sua esposa Ângela Bavini, em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

“Ele está muito triste e depressivo porque foi mal interpretado. Ele quer apenas ajudar a população. Está magoado demais”, afirmou Bavini.

Ângela declarou também que o marido está recolhido por orientação médica. “A diabetes dele subiu que é uma barbaridade”, contou à colunista. 

Segundo ela, Reis “foi induzido por pessoas que dizem estar em um movimento tranquilo”. A esposa do artista comenta ainda que todos desaparecem e sobral para ele, que “é uma celebridade”.

CANTOR CHORA EM ENTREVISTA

Durante entrevista ao influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio neste domingo (15), Sérgio Reis chorou e defendeu Jair Bolsonaro, afirmando que nunca quis agredir ninguém e nem deseja fazer isso agora.

A Eustáquio, Reis diz que Ângela Bavini, sua mulher, está muito nervosa e chorando muito. Ele também chora no momento em que conta que ela o ajudou muito com projetos quando era deputado federal, em sua tentativa de, segundo ele, retribuir o carinho que sempre recebeu do povo.

“Vocês, as 15 mil pessoas que estão assistindo, estão sabendo o que estamos fazendo. Não pedi que acabasse com nada. Pedi que esses impeachments fossem estudados. Vamos fazer. Se o povo não for para as ruas no dia 7 de setembro, Brasília não vai fechar, então não vai adiantar nada. O Exército não pode fazer nada, o presidente não pode fazer nada, e nós não podemos fazer nada. Nós estamos fazendo a nossa parte”, diz Reis ao entrevistador.

ÁUDIO VAZADO

No áudio que ganhou as redes no fim de semana, Reis afirma: “Se em 30 dias não tirarem os caras [ministros do STF] nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria.” Na entrevista, Reis defende Bolsonaro e diz que ele representa a vontade popular.

“Falam que o Bolsonaro é grosso. Ele fala o que o povo quer falar. O povo não tem como chegar lá e falar. Se fala às vezes mandam prender. Eu nunca agredi ninguém e não quero também. Mas vou pedir que a família vá para a rua”, defende Reis. Ele diz que conversou “francamente” com Bolsonaro e que o achou “muito abatido, muito doente”.

As declarações de Reis foram repudiadas por políticos de diferentes orientações ideológicas. Líderes dos caminhoneiros disseram que o cantor não os representa.

“Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro”, disse Reis em uma reunião, em Brasília, com representantes do agronegócio, sentado ao lado do presidente da Aprosoja, Antonio Galvan.

Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ai do caminhoneiro que furar esse bloqueio. Sérgio Reis – Em vídeo

Fonte: Diário do Nordeste

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