A Chang’e 5 pousou nesta quinta-feira (17) na província da Mongólia Interior, no norte da China, com 2kg de solo e rochas lunares.
A sonda chinesa Chang’e 5 voltou à Terra nesta quinta-feira (17) com as primeiras amostras da superfície da Lua coletadas em mais de 40 anos. A sonda voltou com 2kg de solo e rochas lunares e pousou na província da Mongólia Interior, no norte da China, vizinha à fronteira com a Mongólia.
A cápsula aterrissou com auxílio de paraquedas e já foi resgatada por equipes chinesas.
A Chang’e-5 partiu em 24 de novembro, impulsionada por um foguete do centro de lançamento de Wenchang, no sul da China. Com quatro módulos e mais de oito toneladas, foi a maior espaçonave já enviada pela China ao espaço profundo.
A missão torna a China o terceiro país a coletar amostras lunares. Antes, apenas Estados Unidos e a extinta União Soviética haviam coletado material da Lua. A última missão desse tipo foi a soviética Luna 24, em 1976.
‘Conquista histórica’
Foto desta quinta-feira (17) mostra modelos da sonda Chang’e 5 e módulo de pouso, em uma exibição para a imprensa em Pequim, na China. — Foto: Mark Schiefelbein/AP
A missão alcançou novos avanços para o programa de exploração lunar na coleta de amostras, segundo a administração espacial chinesa: lançou um veículo da superfície da Lua e o acoplou à cápsula para trazer as amostras à Terra.
“Como missão espacial mais complexa e tecnicamente inovadora de nossa nação, a Chang’e 5 alcançou vários avanços técnicos… e representa uma conquista histórica”, disse o comunicado da administração desta quinta (17).
Acredita-se que as rochas recém-coletadas sejam bilhões de anos mais novas do que aquelas obtidas anteriormente pelos EUA e pela antiga União Soviética, informou a agência de notícias Associated Press.
Na foto, divulgada nesta quinta-feira (17) pela agência de notícias chinesa Xinhua, membros da missão Chang’e 5 filmam a aterrissagem da sonda na província da Mongólia Interior, no norte da China. — Foto: Ren Junchuan/Xinhua via AP
As rochas vêm de uma parte da Lua conhecida como Oceanus Procellarum, ou Oceano das Tempestades, perto de um local chamado Mons Rumker, que a ciência acredita ter sido vulcânico nos tempos antigos.
As amostras serão analisadas quanto à idade e composição e deverão ser compartilhadas com outros países.
A idade das amostras ajudará a preencher uma lacuna no conhecimento sobre a história lunar entre cerca de 1 bilhão e 3 bilhões de anos atrás, disse Brad Jolliff, pesquisador da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, à Associated Press.
Eles também podem fornecer pistas sobre a disponibilidade de hidrogênio concentrado e oxigênio na Lua, disse Jolliff.
“Essas amostras serão um verdadeiro tesouro!”, afirmou o pesquisador americano.
“Tiro o chapéu para os nossos colegas chineses por realizarem uma missão muito difícil; a ciência que resultará da análise das amostras devolvidas será um legado que perdurará por muitos, muitos anos e, esperançosamente, envolverá a comunidade internacional de cientistas”, acrescentou.