O presidente Michel Temer passou a considerar o nome do ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame, para substituir Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça e Segurança Pública, mantendo a linha de nomear um ministro não partidário e ligado diretamente à área, disse à Reuters uma fonte palaciana.
Em entrevista na terça-feira, Temer afirmou que o ministério é “muito importante” e que sua escolha seria “no plano pessoal”.
Temer tenta evitar a disputa entre PMDB e PSDB pela pasta. Enquanto os tucanos querem manter a Justiça em seu poder, alegando que já era de sua cota, o PMDB, partido do presidente, reivindica o ministério alegando que perdeu espaço no governo, com a troca de Geddel Vieira Lima pelo tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo.
A ideia de puxar o novo ministro para sua “cota pessoal” e indicar um nome mais técnico poderia vencer a resistência dos dois partidos.
A preferência inicial de Temer seria o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, seu amigo há 40 anos. Mariz era a escolha do presidente quando começou a montar seu governo. No entanto, o advogado deu entrevista criticando questões da operação Lava Jato e as delações premiadas, o que levou Temer a desistir de nomeá-lo.
Mariz continua sendo uma alternativa, mas o nome de Beltrame cresceu nas últimas 24 horas. Secretário de Segurança do Rio de Janeiro por 10 anos, Beltrame é delegado aposentado da Polícia Federal e ficou conhecido ao criar as áreas de pacificação nas comunidades do Rio de Janeiro, e saiu em outubro do ano passado, antes de ser atingido pela crise no Estado.
“Ele não tem ligação partidária, apesar de ter uma proximidade com o PMDB por ter sido secretário do governo do Rio. Cumpre o perfil técnico mas pode apaziguar o PMDB”, disse a fonte.
Na terça-feira, Temer disse que precisaria de 15 dias para decidir o nome do novo ministro. A intenção inicial é que o anúncio ocorra apenas depois da sabatina de Moraes, indicado por Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Comissão de Constituição e Justiça no Senado, o que deve acontecer no dia 22 deste mês.
Fonte: Reuters…