Entre 2017 e 2018, 127.000 venezuelanos entraram no país pela cidade da fronteira
O presidente Michel Temer autorizou, no final da tarde desta terça-feira, dia 28, o uso das Forças Armadas em Roraima para reforçar a segurança no Estado, que vem recebendo um fluxo grande de imigrantes, fugindo da crise instaurada no país caribenho. A medida foi anunciada por Temer em um pronunciamento no Palácio do Planalto dez dias após a cidade fronteiriça de Pacaraima registrar um ataque de um grupo de moradores a acampamentos improvisados de venezuelanos.
Segundo o presidente, o emprego das Forças Armadas será para garantir a lei e a ordem em Roraima. “Naturalmente, para oferecer segurança aos cidadãos brasileiros e aos imigrantes venezuelanos que fogem de seu país em busca de refúgio no Brasil”, disse em pronunciamento. As Forças Armadas atuarão no Estado até o dia 12 de setembro na faixa de fronteira Norte e Leste e nas rodovias federais. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) será publicado no Diário Oficial da União desta quarta. Outros Estados em situações de emergência na área de segurança já receberam tropas militares por meio das operações da GLO, como o Rio de Janeiro que depois acabou sofrendo uma intervenção federal.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem para atuação das Forças Armadas foi anunciado um dia depois do principal defensor do presidente no Congresso Nacional, o senador Romero Jucá, abandonar a liderança do Governo no Senado alegando discordar da política de Temer para a crise humanitária vivida por Roraima, Estado que ele representa.
Entre 2017 e 2018, 127.000 venezuelanos entraram no país pela cidade da fronteira — mais da metade decidiu não permanecer no país, mas outra parte está em solo brasileiro, provavelmente ainda em Roraima. Nos últimos dias, o Governo enviou um reforço de 120 homens da Força Nacional para atuar na fronteira. Nesta terça-feira, parte dos homens também começaram a atuar pela primeira vez nas ruas de Pacaraima.
Fonte: EL Pais