Presidente entra em ação nesta segunda-feira (17), com a divulgação de vídeo defendendo a reforma trabalhista

Michel Temer quer voltar a figurar como o presidente “reformista” e deve aproveitar o recesso parlamentar, que começa nesta terça-feira (18) e segue até o dia 31, para minimizar os estragos causados pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele, acusado de corrupção passiva.

A missão não será fácil e o presidente sabe disso. Com a votação do processo em plenário marcada apenas para o dia 2, novos fatos podem surgir e complicar ainda mais a vida do presidente. O maior receio do Planalto é quanto às possíveis delações de Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.

Na tentativa de desviar o foco, Temer entra em ação nesta segunda-feira (17), com a divulgação de um vídeo em que defende a reforma trabalhista, sancionada na semana passada, e listando os supostos benefícios do novo texto. Dois dias depois, se reunirá com centrais sindicais, que têm criticado as alterações na lei.

No final de julho, segundo informações da Folha de S. Paulo, Temer também discute gravar vídeo convocando pré-candidatos à sucessão presidencial a apoiarem as novas regras.

Além disso, deve se reunir, nos próximos dias, com empresários do país, na tentativa de tranquilizá-los sobre o andamento das reformas tributária e previdenciária.

Outra preocupação é quanto ao apoio que terá dos partidos aliados durante a votação. Por isso, o Planalto pediu aos líderes da base aliada que monitorem as suas respectivas bancadas, para evitar mudanças de posição sobre a denúncia.

Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), a estratégia de montar uma agenda positiva não terá resultado, já que a partir de agosto Temer enfrentará as consequências do controle de gastos públicos sobre diversas áreas do governo.

“O orçamento está em uma situação caótica. As verbas para custeio dos ministérios estão acabando, e isso vai atingir concretamente a população. O governo está sem uma pauta real”, disse.

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