As incertezas começaram a surgir após hoje, que é a data limite para a finalização do acordo, dia 24 de abril

O acordo de US$ 4,2 bilhões para a Boeing comprar o controle da divisão de aviação comercial da Embraer pode não ocorrer.

As incertezas começaram a surgir após hoje, que é a data limite para a finalização do acordo, dia 24 de abril, disseram fontes à Reuters.

As companhias mantém conversas para determinar se várias condições contratuais foram cumpridas para a implementação da venda, incluindo a forma pela qual a joint-venture 80% controlada pela Boeing vai ser criada e financiada. As partes teriam até o final desta sexta-feira para resolver a questão.

O acordo também depende de aprovação da União Europeia, que afirmou anteriormente que precisa aguardar até agosto para completar uma análise sobre a transação. Mas a aprovação das autoridades europeias não é considerada como o principal obstáculo para a conclusão do negócio.

Sob um acordo preliminar assinado no início do ano passado, Boeing e Embraer tinham até esta sexta-feira, 15 meses após a assinatura inicial, para concluir o acordo e implementar uma série de termos e condições de ambos os lados.

Pessoas familiarizadas com o assunto enfatizaram que o prazo termina à meia-noite de São Paulo e que ainda pode ser alcançado um acordo para resolver diferenças pendentes, embora duas fontes tenham dito que as negociações não estavam avançado rápido.

A Embraer disse nesta semana que negociava com a Boeing para estender o prazo de 24 de abril para fechar o acordo e que não havia garantias sobre se ou quando poderia ser concluído.

As ações da Embraer caíram cerca de 11%, em dia forte queda do Ibovespa, após o ministro da Justiça, Sérgio Moro se demitir acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferência na Polícia Federal.

A agência Reuters publicou no mês passado que mercados fracos levantaram questões urgentes sobre o rumo do acordo da Boeing com a Embraer. A queda nas ações da Embraer e as preocupações com o caixa da Boeing, na esteira do impacto da epidemia de coronavírus nas viagens aéreas, minaram os fundamentos econômicos da transação.

Uma fonte familiarizada com as negociações disse que a Boeing segue comprometida com o negócio e que seria complexo reverter a divisão do braço comercial da Embraer, cujos jatos regionais E2 competem com o Airbus A220.

Analistas não descartam uma segunda tentativa de concluir o acordo estratégico se o negócio fracassar. O contrato tem uma multa de rescisão o de US$ 75 milhões, subindo para US$ 100 milhões se for por motivos antitruste, de acordo com uma cópia do acordo enviado às autoridades dos EUA.

Segundo fontes na Embraer e na Boeing, o clima até o final da tarde desta sexta-feira era de incerteza, já que em algumas horas o plano de fusão automaticamente seria desfeito.

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