Segundo a tradição cristã, a decoração natalina deve ser feita no início do Advento, quatro domingos antes do aniversário de Cristo

Estela Muller exibe a nova aquisição, uma árvore natalina, e o enfeite herdado da mãe
Estela Muller exibe a nova aquisição, uma árvore natalina, e o enfeite herdado da mãe

Todo ano é assim: ainda em outubro, as pessoas começam a desencaixotar a árvore, o presépio, as luzes e os papais-noéis. Mas você sabia que, pela tradição cristã, existe um dia apropriado para a começar a decoração natalina? O teólogo Robert Rautmann, professor de religião no Colégio Internacional Everest, explica que a data correta para enfeitar a casa é o primeiro domingo do Advento que, em 2016, cai em 27 de novembro. No ano passado, foi em 29 de novembro.

“O Advento é um período especial para o cristianismo, que compreende os quatro domingos anteriores ao dia 25 de dezembro. Nele, os cristãos preparam-se para a grande festa de Natal o nascimento de Jesus e lembram-se, também, que Ele um dia voltará.”

Da mesma tradição, acrescenta o teólogo, vem o costume de desmanchar a árvore e guardar os enfeites em 6 de janeiro, o Dia de Reis, que representa o encontro dos Reis Magos com o Menino Jesus. Portanto, se você ainda não preparou a casa para o Natal, domingo é a data perfeita para a tarefa. “Uma dica é envolver toda a família na montagem da árvore e da decoração. O trabalho é mais rápido e as crianças guardarão para sempre estes momentos!, ressalta Rautmann.

História

O coordenador do curso de Teologia da PUCPR, Cesar Leandro Ribeiro, recorda que as datas na Bíblia são sempre simbólicas. A adoção de 25 de dezembro como nascimento de Cristo aconteceu após a queda do Império Romano, quando o cristianismo passou a substituir festas pagãs por religiosas. “Existia uma festa de culto ao deus Sol, então, os cristãos adotaram a data, numa referência ao verdadeiro Sol, que é o Cristo.”

Embora tenha origem no cristianismo, o Natal é uma festa que entrelaça o fator religioso e o cultural, na opinião do professor de sociologia da PUCPR Lindomar Boneti. “No fator religioso, o símbolo se constitui num ritual de expressão de fé. No cultural, é uma construção que adotamos, trazemos de nossos antepassados. Na América, temos o Papai Noel, uma influência da expressão mercadológica.”

Arrumação

Para Márcia e Estela, a festa começa no fim de outubro

A paixão da artesã e dona de casa Márcia Maria Augusto, 56 anos, pelo Natal já é velha conhecida dos amigos e familiares. “Tenho um sobrinho que diz ‘a casa da tia é uma durante o ano e outra no Natal’”, brinca. Todo fim de outubro, a decoração habitual da casa é engavetada, para dar espaço aos itens natalinos – tantos, que, durante o ano, ela precisa guardar na casa da praia. Não é exagero do sobrinho. Nos últimos meses do ano, o bonito e espaçoso apartamento fica tomado pelos enfeites de Natal. Hall de entrada, salas, cozinha, quartos e banheiros: não há um canto da casa que escape. Adoro Natal, desde que era pequena!”

60 anos de tradição

A árvore de Natal de 2,10 metros de altura é estreante na casa de Estela Muller, 80 anos, mas os enfeites acumulam histórias de três gerações da família. Desde o dia 24 de outubro, a residência está tomada por enfeites verdes, vermelhos e muito brilho. “Não tem religiosidade ligada, é tradição da família. Minha mãe fazia a árvore desde que eu nasci, depois eu vim fazendo, passei para minha filha. Começamos a montar cedo para ir curtindo mais tempo. Sempre tem uma coisa para tirar daqui e por ali, comenta.

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