O Concorde era um avião supersônico, capaz de voar a duas vezes a velocidade do som, algo em torno dos 2.179 km/h

Em janeiro de 2021 completaram-se 45 anos do primeiro voo comercial do Concorde, o mais icônico avião supersônico de passageiros já construído. As rotas iniciais foram inauguradas em 21 de janeiro de 1976, com o jato operado pela Air France saindo do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, parando para abastecer em Dakar, no Senegal, e depois partindo para o pouso final no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Já a outra rota foi feita com outra unidade sob controle da Britsh Airways partindo de Londres com destino ao Bahrein.

Essas rotas foram feitas ao mesmo tempo porque o Concorde era um projeto feito em conjunto entre a Inglaterra e a França, já que os custos para construir um avião com essa tecnologia na época eram exorbitantes. O próprio nome “Concorde”, que significa união, em francês, foi escolhido devido a essa parceria entre os dois governos e algumas empresas locais. Então, nada mais justo do que os voos inaugurais acontecerem nas capitais das duas nações.

Entretanto, mesmo com duas potências globais financiando o sonho de se voar com duas vezes a velocidade do som, o Concorde não teve vida longa. Foram apenas 27 anos de serviço, realizando voos espetaculares, mas que, diante do alto custo, acabaram não compensando. Sendo assim, em maio 2003, três anos após um grave acidente em Paris, o único na história do supersônico anglo-francês, tanto a Britsh Airways quanto a Air France decidiram encerrar as operações com ele, deixando o mundo da aviação órfão de um projeto dos mais espetaculares.

Esta foto foi tirada quase 15 km acima do mar da Irlanda em abril de 1985.É a aeronave comercial supersônica Concorde voando a uma velocidade de Mach 2, ou seja, 2 vezes a velocidade do som a 2172,6 km por hora. Um pequeno avião de caça se aproximou dela em vôo e a acompanhou por 4 minutos na mesma velocidade, e então o piloto tirou a foto, sendo a única imagem do Concorde voando nessa velocidade até o momento. No fundo, o Sol brilha, e nessa altura o céu já adota uma tonalidade mais escura mesmo em plena luz do dia, devido à diminuição da densidade do ar.

Por que o Concorde era tão especial?

O Concorde era um avião supersônico, capaz de voar a duas vezes a velocidade do som, algo em torno dos 2.179 km/h. Com isso, a rota inicial de Paris ao Rio de Janeiro, mesmo passando por Dakar, durava apenas seis horas, metade do tempo que jato comercial comum levava. Além disso, graças à sua fuselagem e motorização ultrapotente, o supersônico anglo-francês era capaz de voar a uma altitude de 18.300 metros, ou 60 mil pés, o suficiente para que pudéssemos ver a curvatura da Terra com todo o seu esplendor.

Para fazer tudo isso, foram anos e anos de testes e muita tecnologia embarcada. E para chegar na excelência tecnológica, uniram forças as britânicas British Aircraft Company (BAC) e Rolls Royce, e as francesas Aérospatiale e a Société Nationale d’Étude et de Construction de Moteurs d’Aviation (SNECMA). A BAC e a Aérospatiale ficaram responsáveis pela engenharia e planejamento da aeronave, enquanto a Rolls Royve e a SNECMA pelos quatro motores MK 610 de pós-combustão.

O desempenho descomunal do Concorde também acontecia por conta de sua aerodinâmica diferenciada, já que ele apresentava um design mais pontiagudo e asas em formato delta para facilitar na hora do pouso, já que ele não possuía spoilers como os aviões convencionais. Além dessa ajudinha da engenharia, três dos quatro motores do supersônico eram capazes de atuar de modo reverso, o que também ajudava na hora da aterrissagem.

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