Nancy Pelosi disse que maioria democrata não concorda com votação neste momento, contrariando os pedidos dos republicanos

A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi , anunciou nesta terça-feira (15) que não vai colocar em votação no plenário, pelo menos por enquanto, a proposta de  abertura de um inquérito formal de impeachment  contra o presidente Donald Trump. Para ela, a investigação não precisa do respaldo dos demais deputados.

“Isso não é um jogo para nós, isso é muito sério. Estamos em um caminho que está nos levando para a verdade e que respeita a Constituição”, disse Pelosi, antes de lembrar que a denúncia contra Trump surgiu no dia 17 de setembro, quando o país celebra o Dia da Constituição. “Estamos honrando nossa responsabilidade, estamos honrando a Constituição, não é o que eles [a Casa Branca] está fazendo”.

A decisão, porém, não significa que a ideia esteja fora da mesa. Nos últimos dias, antes do anúncio desta terça, lideranças democratas na Câmara conversaram com vários deputadas e deputados para saber se estavam de acordo com uma votação formal. Muitos deles foram eleitos em distritos considerados “indefinidos”, e temiam que um impacto negativo causado pelo processo de impeachment pudesse ameaçar suas reeleições. Nem mesmo a própria Pelosi estava disposta a colocar o tema para deliberação do plenário.

Segundo as denúncias, feitas por pessoas que tiveram acesso direto a uma conversa telefônica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o líder norte-americano pressionou seu colega para que iniciasse uma investigação sobre os negócios do ex-vice-presidente Joe Biden e do filho dele, Hunter, no setor de gás do país. Trump queria obter indícios de irregularidades envolvendo Biden, seu potencial rival na eleição do ano que vem, e, para isso, teria suspendido um pacote de ajuda militar de US$ 400 milhões aos ucranianos, um dinheiro que acabou liberado pouco depois, sem muitas explicações. Trump nega as acusações e se diz alvo de “assédio presidencial”.

A pressão por uma votação na Câmara vem especialmente dos republicanos, que se mostravam incomodados com a iniciativa de Pelosi. Eles chegaram a citar antecedentes dos processos de impeachment contra Richard Nixon e Bill Clinton, onde ocorreram não uma, mas várias consultas ao plenário. A Casa Branca  também criticou a líder da Câmara por conta da ausência de uma votação, a qual considera necessária para legitimar todo o processo.

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